Executivo aprova trabalho com smartphone
Executivo aprova trabalho com smartphone. Há um ano Benjamin Robbins decidiu trabalhar usando apenas um smartphone durante um ano. Nada de PC, nada de Tablets. Apenas um Samsung Galaxy Note. Durante este período o co-fundador da empresa de consultoria em software Palador escreveu e postou vídeos sobre sua experiência em seu blog pessoal, no Enterprise Mobility Forum e em colunas no jornal inglês The Guardian.
E agora que o experimento acabou, Robbins está ansioso para voltar a trabalhar em seu PC, certo? Não.
Em uma entrevista com a CITEWorld, Robbins explica: “Humanos são criaturas de hábito. Criei hábitos ao redor da mobilidade dos quais não consigo imaginar me desfazer. As primeiras semanas foram realmente difíceis, mas tudo muda em um ritmo tão rápido, e os recursos estão crescendo tanto, que não imagino voltar ao PC como meu principal dispositivo”.
O mais importante é que ele se acostumou a entregar rapidamente resultados aos seus clientes, sem ter que dar desculpas. “Nunca me encontrei em uma situação onde tive que dizer: “te dou um retorno quando voltar ao escritório”. Essa expressão sumiu do meu dicionário”.
Mas os primeiros dias foram um desafio. Para ele, a coisa mais difícil foi se acostumar à falta de um sistema de arquivos acessível. Ele aconselha a qualquer um que esteja interessado em seguir seu caminho a pensar bastante sobre onde irá armazenar seus arquivos, e como mover arquivos grandes entre serviços e dispositivos.
“Acabei usando muito o Box e o Dropbox”, disse ele. “Em minha vida no “PC” eu usava muito o Sharepoint, que não fez muito bem a transição para a mobilidade”. Ele disse que o SharePoint sempre lhe deu a impressão de algo criado por e para desenvolvedores, não para usuários finais, e construído ao redor do Active Directory, o serviço controlador de domínios da Microsoft. “A Mobilidade varreu isso do mapa. Não que o AD não exista, ou que não seja mais necessário, mas muitos de nossos projetos envolvem colaboradores de fora da Palador. A Mobilidade está mudando a forma como trabalhamos com as pessoas”.
Ele também concorda com Jean Louis Gassé, ex-executivo da Apple, que diz que a empresa, e outros fabricantes de dispositivos móveis, terão de encontrar uma forma de expor o sistema de arquivos aos usuários.
Por exemplo, às vezes ele tinha que fazer login em um desktop remoto para acessar arquivos do Microsoft Vision, já que não há um bom equivalente para Android (ele usou o cliente de desktop remoto da Xtralogic para isso) . E então era necessário pensar em uma forma de mover estes arquivos. “Como eu estava pensando de forma “móvel”, tinha uma estratégia para isso. Mas se você não está, se está apenas despejando arquivos em discos e servidores remotos – coisas que as pessoas vem fazendo há 20 anos – é necessária uma mudança de estratégia. O sistema de arquivos é um desafio”.
Outra coisa da qual ele sentiu falta foi a capacidade de ver múltiplos aplicativos e abas do navegador ao mesmo tempo na tela, embora admita que na verdade a multitarefa não é algo muito eficiente. “Por mais que pensemos que somos excelentes na multitarefa, na verdade somos péssimos, e há muitas pesquisas que comprovam isso. Mas o que mais senti falta foi de deixar um “rastro” (através das múltiplas abas, apps e notas) da minha linha de raciocíonio)”.
Para ele o computador ideal seria um aparelho que pode ser plugado a telas de mútiplos tamanhos, com um teclado quando isso fizer sentido. “Isso seria sensacional. Usar meu smartphone como um telefone, e quando chegar ao escritório conectá-lo – com ou sem fios – a um monitor. E ele detectaria o que acontece, saberia se estou usando um ou mais monitores, ajustaria a resolução e adicionaria mais recursos além de um simples espelhamento da tela”. Para ele, idéias como o Projeto Ophelia da Dell ou o Windows To Go da Microsoft parecem passos na direção correta, mas imagine o “computador” sendo o smartphone propriamente dito, em vez de algo parecido com um pendrive.
E qual o próxumo passo? Robbins diz que provavelmente tentará viver com um pequeno tablet com recursos de telefonia, como o iPad Mini, Nexus 7 ou Galaxy Note 8. “E sim”, garante ele, “eu vou colocá-lo no ouvido para fazer chamadas”.