Valorização dos ativos de informação
Valorização dos ativos de informação. De acordo com o Gartner, a falta de experiência em lidar com Big Data e desenvolver produtos de informação criará uma oportunidade para o crescimento de intermediários especialistas, que agem como corretores ou vendedores de informação.
Até 2016, o custo de armazenamento e gestão de dados e informação associadas ao Big Data levará quase um terço das empresas a procurarem rentabilizar esses dados, direta ou indiretamete, diz o analista da Gartner, Doug Laney. E a “falta de experiência” na gestão do fluxo de Big Data, e o desenvolvimento de produtos de informação para essas empresas, deverá criar uma oportunidade para intermediários especializados. Serão quase como “corretores de informações ou revendedores”, explica o analista da Gartner.
“A necessidade de justificar a despesa de acumulação e gestão de grandes volumes de dados tem levado muitas organizações a considerarem a rentabilização e produtização dos seus ativos de informação”, afirmou Laney. A IDC prevê que o mercado de tecnologia e serviços relacionados com Big Data deverá crescer a uma taxa anual 31,7% – cerca de sete vezes a taxa do mercado das TIC.
O estudo “Worldwide Big Data Technology and Services 2012-2016 Forecast” mostra que as receitas ligadas ao Big Data atingirão perto de 23,8 mil milhões de dólares em 2016. Diz também que haverá uma escassez grande de profissionais habilitados para lidar com as questões de Big Data nas empresas.
Contudo, Laney avança que algumas empresas já estão agindo no sentido de obter o máximo a partir dos seus ativos de informação. “Por exemplo, diversos varejistas já estão gerando milhões de dólares por ano em incrementos de receitas, colocando online os dados sobre pontos de venda, entre outros, disponíveis para parceiros de negócios”.
E segundo Laney, “outras organizações estão vendendo dados publicamente disponíveis ou lançando novos produtos baseados em informações dos mercados financeiros”.
O Gartner alerta, no entanto, que muitas empresas não estão preparadas para desenvolver e introduzir informações baseadas em produtos, executar estratégias de informação e monetizar de ativos. Por isso deverão surgir “revendedores de informação” cujo objetivo será ajudar as organizações a desenvolverem e executarem estratégias de informação para a rentabilização dos ativos. E também “gestores de informação de produto”, para liderar esses esforços internamente nas empresas.
As novas oportunidades de rentabilização de dados levará os fornecedores ao lançamento de novos produtos baseados em cloud computing capazes de recolher dados de localização, de utilização e sobre o sistema usado para revender aos subscritores dos serviços de informação, diz o analista da Gartner.
Laney, considera que “os consumidores e as empresas devem reconhecer que seu uso pessoal de tecnologia, dados sobre a sua localização, o seu perfil e os dados de atividade têm um valor de mercado tangível. E deveriam proteger essa informação e garantir que quando a revelam, recebem em troca bons serviços, produtos ou dinheiro”.
Mas o analista também alerta para a necessidade de as empresas serem sensíveis aos riscos sobre a reputação, levantados por reacção pública contra tais práticas. Esse tipo de ocorrência poderá levar a um ambiente mais restringido no plano regulamentar, considera.
“As empresas que buscam monetizar os ativos de informação precisam ser sensíveis ao risco reputacional da reação pública contra tais práticas”, recomenda Laney. Recentemente, por exemplo, a Comissão de Comércio Federal dos Estados Unidos emitiu intimações para corretores de informações revelarem como coletam, usam e protegem informações pessoais.
O instituto de pesquisas lembra ainda que um dos desafios da monetização dos ativos de informação é que os sistemas de gestão tradicional de banco de dados e produtos de Business Intelligence (BI) não estão adaptados para a partilha de dados baseada em assinatura.