Microsoft defende-se das comparações entre Internet Explorer 9 e Firefox 4
Questionada sobre o recorde de downloads do Firefox 4, a Microsoft resolveu se pronunciar. Para ela, é injusto comparar o resultado de seu navegador, o Internet Explorer 9, com o da Mozilla.
“Com o IE9, o Firefox 4 e o Chrome 10 tendo chegado recentemente a suas versões finais, confrontar número de donwloads e taxa de adesão é uma tentação compreensível, mas, infelizmente, ainda é cedo para isso”, disse Ryan Gavin, diretor de marketing do IE.
Um dia após ter lançado seu browser, em 14 de março, a Microsoft informou que ele já fora baixado 2,3 milhões de vezes. Na semana seguinte foi a vez de a Mozilla liberar o Firefox 4, que alcançou 7,1 milhões de downloads nas primeiras 24 horas.
Para explicar-se, Gavin publicou no blog oficial do software, na última terça-feira (29/3), um comunicado no qual alertava sobre os diferentes sistemas de update que as companhias adotavam e que, por isso, as comparações eram sem sentido. Lembrou, por exemplo, que só no próximo mês o IE8 começará a receber a atualização via Windows Update e que os usuários do IE9 beta e RC foram alertados sobre a nova versão só na última segunda-feira (28/3)
“No caso de Firefox 4 e Chrome, por outro lado, seus mecanismos de atualização estavam presentes desde as primeiras versões”, ressaltou.
Embora o executivo coloque Chrome e Firefox no mesmo barco, eles utilizam métodos diferentes. O browser da Google, de fato, costuma instalar os novos recursos automaticamente, muitas vezes, sem que o internauta perceba. Já o usuário do Firefox 3.6 primeiro precisa atualizar o navegador para a versão mais recente do modelo e, depois, verificar, manualmente, a existência de um novo update – no caso, o Firefox 4.
Em geral, a Mozilla alerta seus usuários sobre o lançamento de 60 a 90 dias depois de ele ficar disponível. Segundo uma porta-voz da fundação, no entanto, isso poderá ocorrer mais cedo desta vez.
Fator XP
“Qualquer comparação entre a parcela que cada browser conseguiu é prematura, na melhor das hipóteses, e enganosa, na pior”, defendeu Gavin. “Em alguns meses, quando olharmos à participação dos softwares, teremos uma boa ideia do progresso que cada um teve”.
De acordo com o instituto de pesquisa Net Applications, o Firefox 4, em seus primeiros nove dias, foi usado por 3,2% dos internautas, enquanto que o IE9, no mesmo período, teve índice de 1,1%. Na última quarta-feira, o navegador da Mozilla chegou a 4% e seu rival foi a 1,4%.
Não é surpresa a superioridade do Firefox 4 frente ao IE9. Ao contrário de seu concorrente, o programa da Mozilla é compatível com Windows XP – o sistema operacional mais usado no mundo – Linux e Mac OS.
Foi uma decisão da própria Microsoft, entretanto, fazer com que seu programa fosse compatível apenas com Windows Vista e 7 – que dominam pouco mais de um terço do mercado. Ela não quis adaptá-lo para o que chamou de “mínimo denominador comum” – o resistente Windows XP – porque, segundo o comentário de Gavin de duas semanas atrás, “não é disso que os desenvolvedores precisam para avançar na Web”.
Este fato também foi usado pelo executivo para desqualificar as comparações. Se o IE9 só funciona em Vista e 7, sua participação deveria ser confrontada com a parcela que os outros navegadores possuem apenas nesses dois sistemas.
“A adoção no Windows 7 é a nossa prioridade”, destacou. “Os outros browsers suportam mais plataformas, portanto, para considerá-los, deve-se levar em conta a base em que atuam. É preciso multiplicar a participação do IE9 por três para corrigir essa desigualdade”, concluiu.
A Microsoft defende, inclusive, que seu navegador é melhor por ter sido feito exclusivamente para Windows Vista e 7, enquanto que seus rivais “diluíram” as energias para tornar seus programas mais compatíveis.